Empresas brasileiras no mercado wellness: quem está moldando o futuro do bem-estar
Startups brasileiras de wellness mostram como propósito, branding e impacto estão transformando o mercado de bem-estar.

O setor de wellness no Brasil cresce não apenas em escala, mas também em diversidade. Hoje, encontramos academias que oferecem experiências visuais e comunitárias, marcas de suplementos funcionais que dialogam com influenciadores digitais, empresas que transformam o bem-estar corporativo em estratégia cultural e até bebidas que unem hidratação à causa ambiental.
Este artigo apresenta empresas que ilustram como diferentes segmentos do wellness brasileiro se estruturam — seus diferenciais, desafios e contribuições. Também mostra o papel de investidores como Rony Meisler e a Rebels Ventures, que entram para acelerar e consolidar esse ecossistema.

Be All, Be Bliss — bem-estar corporativo em foco
A Be All, Be Bliss nasceu em Belo Horizonte para transformar o dia a dia das empresas com vivências que integram corpo, mente e espírito. Fundada por Anna Carolina Xavier Favato de Andrade e Arthur Aguiar Lopes de Souza, oferece experiências que buscam promover saúde emocional, conexão e aprendizado dentro do ambiente corporativo.
O grande diferencial está em entregar valor intangível, algo que muitas companhias reconhecem, mas têm dificuldade de implementar internamente. O desafio, no entanto, é escalar mantendo autenticidade, além de provar retorno sobre investimento em um mercado onde soluções low cost competem pelo mesmo espaço.

Guday — a estética dos suplementos funcionais
Criada em parceria com a influenciadora Manu Cit e operada pela Norte Media, a Guday rapidamente conquistou espaço no setor de suplementos. Com suas “gummies” vitaminadas, a marca alia conveniência, estética e marketing digital com forte apoio de creators.
Em 2024, faturou cerca de R$ 11,5 milhões e projeta alcançar R$ 80 milhões em 2025. O apelo visual e o discurso jovem a colocam como referência em inovação no segmento, mas os desafios giram em torno da regulação de suplementos, da necessidade de comprovação científica e da gestão de reputação em um mercado altamente competitivo.

The Simple Gym — fitness, lifestyle e comunidade
Inaugurada em agosto de 2024 em Botafogo, RJ, a The Simple Gym vai além do modelo de academia tradicional. Fundada pelos irmãos Gustavo e Gabriel Rodrigues, oferece musculação, cardio, pilates coletivo, bioimpedância 3D e até banhos de gelo. O espaço minimalista e “instagramável” reforça o apelo de comunidade e experiência.
A academia é a primeira investida pública da Rebels Ventures, veículo criado por Rony Meisler (fundador da Reserva). O plano é ousado: faturar R$ 12 milhões em 2025 e expandir para São Paulo. O investimento vai além do capital, incluindo suporte de branding e operação. O desafio será manter qualidade e diferenciação em um setor marcado por alta rotatividade de clientes.

Mamba Water — hidratação com propósito
A Mamba Water se diferencia ao oferecer água em lata de alumínio 100% reciclável como alternativa ao plástico. Seus principais sócios incluem os fundadores da Zee.Dog — Thadeu Diz, Felipe Diz e Rodrigo Monteiro — além do designer Sérgio Barbosa, o biólogo Guto Pinho, o empresário Cesar Villares, o surfista Pedro Scooby e a skatista Leticia Bufoni. Pertencente à holding Better Drinks, integra desde 2024 o ecossistema Heineken Spin e leva seu impacto além do consumo.
Com o Mamba Water Project, cada lata vendida se associa à doação de água potável para comunidades em regiões como Pará e Ceará. O modelo combina sustentabilidade com propósito social, mas enfrenta desafios como custos mais altos de produção e a necessidade de sensibilizar consumidores sobre o valor agregado de uma água “premium”.

Rony Meisler & Rebels Ventures — o catalisador de marcas wellness
Rony Meisler, fundador da Reserva, trouxe sua experiência em branding e cultura de varejo para o setor de bem-estar com a criação da Rebels Ventures. O veículo foca em empresas com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 20 milhões anuais e oferece muito mais que investimento: mentoria, rede de contatos e suporte operacional.
Suas primeiras apostas já mostram a estratégia: The Simple Gym no fitness experiencial e Guday no mercado de suplementos funcionais.
A Rebels não busca apenas retorno financeiro, mas construção de comunidades e marcas que entreguem impacto cultural e social.
Reflexões finais sobre wellness
Os casos de Be All, Be Bliss, Guday, The Simple Gym e Mamba Water revelam como o wellness brasileiro se expande em múltiplas frentes. Mais que produtos ou serviços, são histórias que unem propósito, estética e impacto.
O movimento exige autenticidade. Consumidores estão mais atentos, pedem transparência e resultados concretos. Investidores como a Rebels Ventures entram justamente para preencher a lacuna: profissionalizar marcas emergentes e ajudar a transformar discurso em prática.
No Brasil, wellness deixou de ser nicho aspiracional e se consolida como parte da economia criativa e cultural. Quem souber alinhar experiência, impacto e inovação terá espaço para liderar esse mercado em plena ascensão.
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